domingo, 14 de junho de 2009

É Fantástico!


Confesso que, desde meados do ano anterior, não assistia o programa dominical da Rede Globo, Fantástico. Nunca fui fã do modelo de programa (a popular revista-eletrônica), muito menos da linha "editorial" do mesmo, tendo como única qualidade nos últimos tempos o colírio chamado Patrícia Poeta, que independentemente de ser uma profissional competente ou não, basta a beleza. Mas voltando ao foco, o que me fez deixar de acompanhar o programa foi a enxurrada de matérias (algumas úteis, muitas inúteis) acerca do caso Isabella Nardoni - não aguentava mais, Santa lavagem cerebral (tem um post antigo sobre o caso). No entanto, hoje (14 de junho de 2009), estava zapeando alguns canais quando me deparo com o bloco de futebol do Fantástico, apresentado pelo boa-praça Tadeu Schmidt e, durante a exibição dos gols pela rodada do final de semana do Campeonato Brasileiro, percebi algo interessante na forma de edição e de inclusão de recursos visuais nas matérias - o uso de figuras semlhantes (em estilo, não em conteúdo) dos utilizados no programa jornalístico (sim, apesar de ter 60% de coluna social) CQC, da Band, principalmente quando, durante a exibição do vexame rubro-negro a favor do Coritiba, mostraram a visão comprometida do jogador Adriano (para quem não sabe, atacante do Flamengo). Ou seja, de maneira discreta a sissuda Rede Globo de Televisão começa a ser influenciada (e não somente influenciadora) pelos produtos da concorrência. Realmente não há como reiventar a roda...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

TOP 10 BLOCKBUSTERS 2009 (Abril/Agosto)

Como no ano passado apresentarei uma lista de filmes (ao invés de 15, serão 10) que serão lançados durante o verão norte-americano e que imagino serem os candidatos às maiores bilheterias (no mínimo do período). Em breve publicarei o saldo financeiro (arrecadação dos filmes) dos longas listados no Top 15 2008.

Confiram abaixo os títulos, a ficha técnica básica e os trailers (as resenhas críticas estarão disponíveis no blog queresenha.blogspot.com conforme os filmes sejam conferidos) que brigarão por cada centavo dos nossos bolsos:

MONSTROS VS. ALIENÍGENAS (Monsters Vs. Aliens).

Estréia:
3 de abril. Crítica: http://queresenha.blogspot.com/2009/04/monstros-vs-alienigenas.html

Direção: Rob Letterman e Conrad Vernon.

Elenco (vozes): Reese Whiterspoon ( de Legalmente Loira), Seth Rogen (de Ligeiramente Grávidos) , Hugh Laurie (da série House), Will Arnett, Rainn Wilson (da série The Office) e Kiefer Sutherland (da série 24 Horas).


Estúdio: Dreamworks Animation.

Trailer (Legendado):

Trailer (Dublado):

X-MEN ORIGINS: WOLVERINE

Estréia: 30 de abril.

Direção: Gavin Hood (de Infância Roubada).

Elenco: Hugh Jackman (de O Grande Truque), Liev Schreiber (de A Profecia), Ryan Reynolds (de Blade Trinity), Danny Huston (de 30 Dias de Noite) e Taylor Kitsch.

Estúdio: 20th Century Fox.


Trailer:

STAR TREK

Estréia: 8 de maio.

Direção: J.J. Abrams (de Missão Impossível 3).

Elenco: Chris Pine (de Sorte no Amor), Zachary Quinto (da série Heroes), Eric Bana (de Hulk), Simon Pegg (de Chumbo Grosso), Karl Urban (de Desbravadores) e Zoe Saldana (de Piratas do Caribe - No Fim do Mundo).


Estúdio: Paramount Pictures.

Trailer:

ANJOS E DEMÔNIOS (Angels & Demons)

Estréia: 15 de maio.

Direção: Ron Howard (de Frost/Nixon).

Elenco: Tom Hanks (de Náufrago), Ewan McGregor (de Star Wars - A Vingança dos Sith) e Stellan Skarsgaard (de O Exorcista - O Início).

Estúdio: Sony Pictures.


Trailer:

UMA NOITE NO MUSEU 2 (Night at the Museum: Battle at the Smithsonian)

Estréia: 22 de maio.

Direção: Shawn Levy (de Uma Noite no Museu).

Elenco: Ben Stiller (de Trovão Tropical), Amy Adams (de Encantada), Owen Wilson (de Penetras Bom de Bico) e Robin Williams (de O Homem Bicentenário).

Estúdio: Sony Pictures.


Trailer:

EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO (Terminator: Salvation)

Estréia: 5 de junho.

Direção: McG (de As Panteras).

Elenco: Christian Bale (de Batman Begins) e Sam Worthington (de Avatar).

Estúdio: Sony Pictures.



Trailer:

TRANSFORMERS: A VINGANÇA DOS DERROTADOS (Transformers: Revenge of the Fallen)

Estréia: 26 de junho.

Direção: Michael Bay (de Pearl Harbor).

Elenco: Shia LaBeouf (de Paranóia) e Megan Fox (de Transformers).

Estúdio: Paramount Pictures.


Trailer:

A ERA DO GELO 3 (Ice Age 3: Dawn of the Dinosaurs)

Estréia: 1 de julho.

Direção: Carlos Saldanha (A Era do Gelo 2).

Elenco (vozes): John Leguizamo (de O Amor nos Tempos do Cólera), Ray Romano, Denis Leary e Queen Latifah (de Taxi).

Estúdio: Blue Sky Animation / 2oth Century Fox.


Trailer (Legendado):

Trailer (Dublado):

HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE (Harry Potter and the Half-Blood Prince)

Estréia: 17 de julho.

Direção: David Yates (Harry Potter e a Ordem da Fênix).

Elenco: Daniel Radcliffe (Um Verao para Toda a Vida), Rupert Grin, Emma Watson, Alan Rickman (de Sweeney Todd) e Ralph Fiennes (de A Duquesa).

Estúdio: Warners Bros.


Trailer:

G.I. JOE: A Origem de Cobra (G.I. Joe: Rise of Cobra)

Estréia: 7 de agosto.

Direção: Stephen Sommers (de A Múmia).

Elenco: Channing Tatum (de Stop Loss), Sienna Miller (de Stardust), Dennis Quaid (de O Dia Depois de Amanhã) e Arnold Vosloo (de A Múmia).

Estúdio: Paramount Pictures.


Trailer:

quarta-feira, 25 de março de 2009

Capital Inicial em Arapiraca

Na última sexta-feira (20/3), a banda brasiliense Capital Inicial se apresentou pela primeira vez na cidade de Arapiraca, como parte das comemorações pertinentes à inauguração da área de lazer e da restauração do Lago da Perucaba. Mas vamos ao show...

Marcado para começar às 21 horas, na verdade o Capital Inicial só subiu ao palco mesmo depois das 23 horas. Uma multidão já se encontrava no local quando a banda foi anunciada e, ao som da música Mais, deu início ao show ("histórico", segundo Júnior Ferro). Dinho Ouro-Preto e trupe deram seqüencia ao show tocando O Mundo, Independência, Como Devia Estar, Geração Coca-Cola (canção esta da Legião Urbana), Não Olhe Pra Trás (única canção do disco Gigante executada) , Eu Nunca Disse Adeus (com direito à intensa interação público x banda, como na música anterior - alguns definiriam esses momentos como "enrolação", mas continuemos), Primeiros Erros (música de Kiko Zambianchi arrendada pelo Capital à partir do disco Acústico Mtv), Algum Dia (música esta que Dinho insiste em classificar como nova - inédita -, fato este não verdadeiro, visto que a música foi gravada originalmente no álbum Rosas e Vinho Tinto, de 2002, que por sinal é o que teve mais canções executadas no show), Olhos Vermelhos (que de acordo com o fromtman do Capital há muito tempo não tocavam e que desculpassem-os pelos erros - caso acontecessem), Que País é Esse? (outro clássico da Legião Urbana, esta sendo dedicada posteriormente aos políticos feios - todos , de acordo com Fê Lemos e Dinho), A Vida é Minha (Eu Faço o Que eu Quiser), Mulher de Fases (grande sucesso dos conterrâneos do Raimundos - uma das canções que mais agitaram a massa), Fátima (canção embrionária do Aborto Elétrico) e Natasha (grande sucesso do Acústico Mtv - ilustrada pela presença da própria, na forma de uma gigantesca boneca ao lado do palco - a propósito, lembrando muito às utilizadas pela banda norte-americana Bon Jovi na turnê de divulgação do álbum These Days, de 1995, que pode ser conferido no vídeo da banda, Live From London, lançado em DVD), quando, agradeçendo às trinta mil pessoas presentes (de acordo com Dinho, não posso confirmar esse contingente - mas realmente havia muita gente no local) a banda se despede de Arapiraca (palavra repetida diversas vezes pelo vocalista do Capital).

Como não podia deixar de ser, o Capital Incial é ovacionado e, como de praxe, volta para o já não mais surpreendente (mas não menos esperado) bis. A banda toca O Passageiro (única canção executada no show que não faz parte do set list do disco ao vivo do qual o grupo divulga nesta turnê), Quatro Vezes Você, À Sua Maneira (sexta música do Rosas e Vinho Tinto executada na noite) e, pra encerrar, a densa Veraneio Vascaína.

Após pouco mais de 1 hora e meia de espetáculo, o grupo deixa definitivamente o palco, desejando muita paz aos presentes e, como toda banda que se preza, prometendo voltar o mais breve possível à cidade.

Apesar da coleção de hits tocados pela banda, confesso que achei o show relativamente curto (canções como Música Urbana, Todas as Noites - esta que não foi gravada no CD/DVD ao vivo da banda -, Eu Vou Estar, Fogo, Cai a Noite, Tudo Que Vai, além de Instinto Selvagem ou Sem Cansar do disco Gigante, poderiam ter sido executadas), mas bastante eficaz. Porém, o destaque, na minha opinião, foi a produção do show. Ótima iluminação (que evidencia bem mais a decoração de palco da banda), brilhantes efeitos e fogos e, mais ainda, fascinante os adereços de palco da banda, principalmente o polvo gigante que estava localizado por trás da bateria e que envolvia todo o palco - de maneira homogênea e planejada - com seus tentáculos. Visualmente fantástico!

Quanto à banda, esta se mostrou bastante simpática com o público presente, sendo encabeçada por Dinho, que comentou (e recomendou) a todos os presentes que fossem a Recife conferir a apresentaçaõ da banda de heavy metal Iron Maiden (Dinho assistiu ao show da banda em São Paulo), falou sobre ansiedade para o show do Kiss (que acontecerá em abril, no eixo Rio-SP), como também conversou bastante sobre as camisas de diversas bandas que a platéia vestia (o próprio usava uma da banda australiana AC/DC).

Por fim, um ótimo concerto, uma belíssima iniciativa da Prefeitura de Arapiraca (e ótima propaganda também)... só espero que não esqueçam da obra após essa inauguração e que, além de manutenção e segurança, existam políticas de cunho social que mobilizem à comunidade periférica que envolve o Lago da Perucaba... mas isto já é assunto para outro post.

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Saldo:

Ponto alto? Super-produção acessível para a população. Numa cidade tão carente de eventos (principalmente francos), este demonstrou o potencial da cidade em promover espetáculos.

Ponto fraco? Super-lotação (população)... bem, talvez isso não seja assim um ponto fraco!

Site-oficial: Capital Inicial.
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Fotos por: Fernando Lopes.

Vídeos do show extraídos da comunidade do orkut Capital Inicial - Maceió, sob post e moderação de Fernanda Bulhões:

- Como Devia Estar
- Geração Coca-Cola
- Não Olhe Pra Trás
- Primeiros Erros (Chove)
- Olhos Vermelhos
- Que País é Esse?

Obs.: todos os vídeos estão hospedados no site youtube.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

CinePost: O Acompanhante

Bem, decidi criar uma coluna no meu blog que me auxilie de diversas maneiras. Primeiro, o tema: filmes. Como já deve ser de conhecimento dos leitores do meu blog, gosto muito de cinema e, sempre que posso, falo sobre algum título, recomendo ou escrevo de forma mais completa e crítica no meu blog específico de cinema (o QueResenha), que por sinal anda um pouco esquecido por mim mais uma vez, mas isso é outra história...

Voltando ao tema, minha proposta para a coluna CinePost é escrever, de forma simples, objetiva e, na maioria das vezes, em poucas linhas, sobre os filmes assim que eu acabe de assistí-los, dando assim uma carga emotiva mais direta, já que não terei tempo hábil para formulações mais elaboradas. Ou seja, o objetivo é colocar em um texto curto, além do resumo da trama da obra cinematográfia abordada, minhas impressões sobre o produto, me atendo à proposta do filme, independente de gênero, nacionalidade, cultura, ano de lançamento ou qualquer outra particularidade. Também não classificarei as obras por notas, estrelas, ou qualquer tipo de códigos. Como o objetivo é ser objetivo (redundante, mas necessário), não seria correto aplicar qualquer tipo de "nota" a um filme sem que pudesse entrar numa discussão de ordem subjetiva, e é isto o que justamente não quero.
Bem, espero que a proposta tenha sido apresentada de maneira clara e que mais pessoas procurem o blog agora, nem que seja pra acompanhar a jornada de filmes da coluna que será inaugurada agora: CinePost (que, antes de mais nada, não terá uma periodicidade fixa, pois posso falar sobre um filme hoje, amanhã e depois, como posso passar mais de um semana sem postar ou até mesmo postar mais de uma coluna por dia, tudo dependerá da quantidade de filmes assistidos no período e do tempo disponível para a elaboração e publicação do texto no blog).
E, para a inauguração do espaço, falarei sobre o filme do veterano roteirista norte-americano Paul Schrader: O Acompanhante (The Walker).
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Estrelado por Woody Harrelson (Assassinos por Natureza), que vive Carter Page III, acompanhante de senhoras abastadas de Washington, de partidas de poker a eventuais passeios e festas da elite local e gay assumido, passa por uma investigação de homicídio após uma de suas clientes (amiga também?), interpretada por Kristin Scott Thomas (O Paciente Inglês) encontrar seu amante morto e, ao pedir ajuda a Carter, esse prontamente a deixa de fora dos depoimentos, mas acaba envolvido num tipo d conspiração que envolve gente poderosa da capital dos EUA, incluindo aí um senador.
O grande destaque do longa de Schrader (que escreveu o clássico moderno Taxi Driver, dirigido por Martin Scorsese e encabeçado de maneira genial por Robert De Niro) é a abordagem acerca da subjetividade (efemeridade também?) dos relacionamentos de amizade, que, a partir da suspeita de ser autor do crime, Carter fica cada vez mais sozinho e acuado, sem saída e, principalmente, sem a quem recorrer.

No entanto, apesar da ótima atuação de Harrelson, o filme se perde durante a projeção e chega até mesmo a cansar o espectador em certos momentos, mas vale a pena ser conferido, principalmente para quem gosta de obras centradas nos diálogos entre os personagens e não apenas para efeitos ou firulas de câmera.
O Acompanhante (The Walker, EUA/Inglaterra: 2007). Direção: Paul Schrader. Roteiro: Paul Schrader. Com Woody Harreslon, Kristin Scott Thomas, Lauren Bacall, Lily Tomlin, Ned Beatty e Willem Dafoe. 108 minutos. Drama. Europa Filmes (Disponível em DVD).

domingo, 7 de dezembro de 2008

Biquini Cavadão comanda Luau em Maceió

No último sábado (6 de dezembro) aconteceu na capital alagoana o Luau do Biquini, evento que contou com as presenças das bandas Biquini Cavadão e $ifrão (conhecida banda de reggae/ska local), porém é da primeira a quem me incumirei de escrever algumas linhas. Primeiramente, é válido esclarecer que me considero um fã do trabalho feito pela banda Biquini Cavadão, principalmente nesses últimos três anos, desde o lançamento do primeiro CD/DVD ao vivo, onde corajosamente o grupo passou a comandar as rédeas da carreira e, corajosamente, afastou-se da dependência das grandes gravadoras, investindo na produção de discos (já foram três até agora) de maneira idependente e no contato direto com os fãs e simpatizantes da banda, que a acompanham fielmente aonde quer que está vá, através de foruns de discussão em comunidades no orkut e através dos espaços disponibilizados no site oficial da banda (biquini.com.br). Ou seja, apesar de afastada das grades de programação dos meios de comunicação formadores de opinião (vide difusoras de rádio e emissoras de TV, como Mtv, por exemplo) - sendo válido destacar que isso não ocorre por vontade do grupo - o Biquini Cavadão utiliza inteligentimente o único recurso que detém de forma simples e direta (além de ser extremamente 'democrático'): a Internet. Após este breve resumo acerca da notoriedade que a banda tem para mim, é válido dizer também que este não é o primeiro show que assisto da banda ( o primeiro foi no começo do corrente ano, na cidade de Garanhuns-PE, num respeitado festival de música, evento este que foi registrado neste blog) e, portanto, já tendo presenciado ao vivo a apresentação da banda, tinha a certeza de que este também seria um ótimo show. E de fato o foi.

Era pouco mais de meia-noite (o evento estava marcado para começar às 22 horas) quando o Biquini subiu ao palco do Clube da Adepol, na praia de Jacarecica e, com bastante energia, abriu o show com "Em Algum Lugar no Tempo", primeira música de trabalho do mais recente disco da banda, Só Quem Sonha Acordado Vê o Sol Nascer, seguida da já clássica "Carta aos Missionários", música originalmente gravado no album de 'covers' da banda, 80. O público agitou bastante do começo ao fim da execução desta canção e não parou quando foi executada "Chove Chuva", composição de Jorge Ben Jor, imortalizada pelo Biquini, onde, apesar de não ter caído um pingo de chuva, a platéia não fez a mínima questão e agitou bastante, principalmente durantes os corais de iê, iê, oôoô e do refrão contagiante da canção. É válido citar também que, aproveitando que não chovia de verdade, o carismático vocalista Bruno Gouveia jogou bastante água nas pessoas próximas ao palco.

Acalmando o tom do show, a banda emenda um 'medley' com duas das suas mais belas baladas, "Vou te Levar Comigo" (uma das minhas preferidas) e "Quando eu Te Encontrar" (música esta que já foi tema da série - ou novela infinita, como preferir - Malhação, da Rede Globo, só não sei de qual 'temporada'...). Após este momento mais calmo, Bruno comenta sobre o próximo trabalho da banda, que será lançado na próxima semana, chamado 80 Volume 2, que consiste num CD/DVD gravado no último mês de setembro no Circo Voador do Rio de Janeiro, totalmente composto de canções que marcaram época na década de 1980, sendo, como o próprio nome sugere, uma continuação do trabalho lançado em 2001 pela banda. A seguir, completa dizendo que as próximas duas músicas foram registradas neste novo trabalho e que foram originalmente por dois dos maiores 'poetas' da música brasileira (depois disso ficou fácil advinhar quem seriam os 'poetas"): são eles Cazuza e Renato Russo, sendo executadas ótimas versões para "Exagerado" (do Barão Vermelho) e "Índios" (da Legião Urbana), que conseguiram animar ainda mais a já bastante inflamada platéia, que cantou em uníssimo ambas as canções com bastante emoção.

Dando prosseguimento ao repertório da banda, foram executadas "Múmias" (canção bastante reflexiva sobre o sentimento bélico do ser-humano, que teve em sua versão original a participação de Renato Russo), "Só Quem Sonha Acordado Vê o Sol Nascer" (faixa-título do mais recente trabalho de estúdio) e "Restos de Sol" (balada do mesmo disco). Apesar de boas canções, estas não conseguiram empolgar tanto o público presente (provavelmente muitos não conheciam as músicas novas - e vê-se aí a primeira dificuldade que os artistas que não têm espaço nos conglomerados midiáticos detêm, a divulgação e veiculação de seus trabalhos - sem jabá, é claro).

Contudo, este clima não durou muito tempo, visto que a seguir foi executada um dos mais recentes hits do Biquini, a canção "Dani", que reascendeu mais uma vez os maceioenses (impossível não ter o trecho "Só penso nela, quem é ela, o nome dela é Daniela" grudado na cabeça). Porém, para surpresa de todos (menos minha, que já tinha presenciado o que viria a seguir no show de Garanhuns), no durante a execução de Dani o Biquini emendou "Uma Brasileira", grande sucesso dos Paralamas do Sucesso. Resultado? Palmas e ovações por parte do público presente. E, pra completar a trinca de sucessos, nada mais nada menos que "Janaína", música que fez bastante sucesso em 1998 e que, de certa forma, reascendeu a banda, visto que esta canção foi executada com muita freqüencia em todo o Brasil. Mas a sucessão de hits não parou, já que foi emendada a seguir a música que mostrou o Biquini Cavadão para todo o país e, sem sombra de dúvidas, é, foi e será seu maior sucesso: "Tédio". E dá-lhe o público a pular e cantarjunto os versos da canção.

A seguir, para acalmar a platéia, tocaram "Timidez", que fez com que diversas garotas cantassem junto com Bruno, esta que é uma das canções mais ternas que a banda tem. Porém, como é de praxe do Biquini sempre surpreender o público, emendaram a belíssima "Aonde Você Mora", canção composta por Nando Reis e registrada pelo Cidade Negra, sendo cantada com bastante entusiasmo por todos os presentes.

Sem deixar a peteca cair, a banda executa "Quando os Astronautas Foram à Lua", que seria responsável por um dos melhores momentos do espetáculo, já que o vocalista Bruno chamou (como já é de praxe nos shows do Biquini) alguém da pista pra subir ao palco e cantar junto à ele o refrão da música (confesso que tentei ao máximo chamar a atenção da banda para ser chamado pra subir ao palco, no entanto, não foi desta vez que fui contemplado). Quem subiu foi um jovem chamado Felipe, que agitou bastante e cantou com Bruno. Simplesmente único esse momento e que, até que se prove o contrário, só o Biquini Cavadão faz.

Logo após outra das músicas mais belas e queridas do Biquini foi executada, a lírica "Vento Ventania" ("Quero mover as pás dos moinhos/E abrandar o calor do sol/Quero emaranhar o cabelo da menina/Mandar meus beijos pelo ar/Vento, ventania me leve prá qualquer lugar/(...) Me leve mas não me faça voltar..."), com direito à brincadeira com os presentes, já que a banda dividiu a platéia em dois grupos (que seriam comandados pelo tecladista Miguel e por Felipe, o rapaz contemplado para subir ao palco na música anterior, respectivamente. Um momento muito bacana, com muitos 'heys' , palmas e saltos.

A seguir, uma das músicas que mais escutei da banda foi tocada: "Impossível". Música com uma letra muito intensa e que, de acordo com Bruno em diversas entrevistas, divide opiniões e apresenta diversas impressões acerca da sua temática. Porém, o que vale mesmo é que esta canção também possui uma belíssima conotação lírica e que, os presentes de todas as idades cantaram juntos mais uma vez do começo ao fim. Logo após, a banda deixa o palco e o público começou prontamente a clássica ovação, gritando: Biquini! Biquini! Biquini!...

Eis então que voltam ao palco apenas Bruno e o guitarrista Carlos Coelho, que começam a tocar a bela canção "Quanto Tempo Demora um Mês", que teve uma acentuada participação da platéia, visto que durante alguns momentos Bruno convidou a todos a cantarem sozinhos versos como "(...) Se eu pudesse escolher/Outra forma de ser/Eu seria você/E a saudade em mim agora/Quanto tempo será que demora um mês pra passar(...)". Com a banda toda de volta e a platéia na palma da mão, Bruno desabafou um pouco sobre a situação atual da música brasileira. Falou que o país possui lindas canções em todos os estilos musicais (o vocalista citou a MPB, o axé e o forró), que este ano a Bossa Nova completou cinqüenta anos de existência, a Jovem Guarda quarenta etc. Comentou ainda que a responsabilidade pela qualidade das músicas atuais eram de nossa responsabiliade (nós, jovens, que consumimos música quase que por osmose) e questionou se nós queríamos comemorar daqui há algum tempo vinte ou trinta anos de Créu? De Chupa que é de uva? De Festa no apê? Bruno disse que existe muita coisa boa sendo produzida atualmente, em diversos estilos musicais e que caberia a nós escolhermos os bons trabalhos e passar a valorizar as músicas que possuam mensagens que acrescentem à todos nós. Após ser bastante aplaudido (inclusive por mim, que me emocionei bastante com a mensagem de alerta) Bruno diz que executarão mais duas músicas do trabalho que será lançado na próxima semana. Tocam "Tempos Modernos" e "Envelheço na Cidade" (que foi dedicada a um dos técnicos que trabalham com a bamda, que teria feito aniversário no dia anterior ao do show), de Lulu Santos e Ira!, respectivamente. Também é válido citar que, entre a execução dessas músicas, Bruno comentou que algumas pessoas criticam o Biquini por tocar bastante canções de outros artistas, fato este (tocar tais músicas) que Bruno disse ter de muito orgulho de "tocar canções tão lindas". Mais uma vez aplausos contagiantes por parte do público.

A próxima música a ser tocada foi "Camila, Camila" (do Nenhum de Nós), gravada pelo Biquini no disco 80, que não foi executada por completo, visto que durante sua execução começou a chover e a banda, de forma improvisada (deu pra perceber que quando Bruno notou que começara a chover, prontamente avisou aos demais membros da banda para executarem uma música em especial) tocou mais uma vez "Chove Chuva", agora sim perfeita no seu papel. A galera entrou no clima e cantou junto mais uma vez, só que por baixo da garoa.

Ao término da canção, diversas pessoas gritavam: "Zé Ninguém!". Prontamente o Biquini atendeu e finalizou a belíssima apresentação nas terras das Alagoas com esta música extramemente energética e detentora de um conteúdo crítico e, apesar de ter sido composta nem meados da década de 1990, continua absurdamente atual (para tristeza da população), visto que a canção discursa sobre corrupção, impunidade, política etc. Após sua execução, todos os membros da banda (além de Bruno, Coelho e Miguel, completam a formação o baterista Álavaro Birita, o baixista Patrick Laplan e o Saxofonista Walmer Carvalho) agradeçem aos maceioenses presentes, afirmam ser este o melhor show da banda em terras alagoanos e que, estão bastante felizes por que a cada novo show mais pessoas prestigiam o trabalho da banda. O Biquini agradeçe mais uma vez à platéia e deixa o palco.

Beirando as duas horas da manhã e após quase duas horas de show, este teve decretado o seu fim. Resultado? Platéia extremamente satisfeita e na ânsia pela próxima visita do Biquini Cavadão às terras maceioenses. E que este momento não tarde a vir...

Próximo evento? Ceia de Natal e Revellón com a família! Ou seja, nada de posts até o próximo ano... eu acho!

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Saldo:

Ponto alto? Local agradável, apesar da distância. Boa estrutura de palco, que permitia uma boa visibilidade da banda. Preços dos ingressos justos. Quanto à banda, todos estão de parabéns, mas destaco à érformance de Bruno Gouveia, que subiu na estruturado palco, deu um mosh em cima da platéia e ficou alguns minutos ao redor desta (peguei na 'careca' e na mão do Sr. Gouveia), além é claro dos discursos pertinentes e do carinho para com o público e para com a organização do evento, já que, além de agradecer aos organizadores, Bruno também fez questão de agradecer os locais que aos quais a banda utilizou os serviços, como o Hotel Meliá e o restaurante Budega do Sertão, por exemplo. Maravilha!

Ponto baixo? A péssima cerveja (que marca horrível era aquela? Sinceramente, nem sequer a cerveja mais genérica de todas - Nova Schin - tinha no evento. Horrível o gosto da cerveja e o preço também (3 reais por aquilo?). Conseguiu ser pior que a já citada Brahma Fresh, que tinha no show do Nando Reis do Armazém Uzina. A desorganização quanto a programação também vale destaque, além da falta de Dj's durante as pausas entre uma banda e outra e, da estranhíssima escolha das músicas de fundo durante a passagem de som das bandas.


Site-oficial: Biquini Cavadão.

Obs.: O show seguinte, da banda $ifrão, também foi muito bem recebido. O grupo maceiosense tocou vários sucessos dos Paralamas do Sucesso, Skank, Natirutz e Los Hermanos, além de apresentar algumas músicas próprias. Infelizmente, não tenho mais energia para digitar mais sobre a apresentação do pessoal, mas em resumo foi uma boa apresentação que agradou ao (pouco) público que ainda permaneceu no local após o término da apresentação do Biquini Cavadão.

Obs 2.: Não levei máquina fotográfica, por isso que nenhuma imagem do show foi disponibilizada nesta resenha. No entanto, quem tiver fotos (ou vídeos) do show e puder me ceder ára ilustrar ainda mais este relato, ficarei muito agradeçido. Lembrando, é claro, que as fotos (e/ou vídeos) serão, naturalmente, creditados ao responsável.

Obs 3.: Devido à correria deste período de encerramento de ano, talvez não possa postar mais nada no blog ainda este ano, portanto, caso isto ocorra, desde já desejo à todos e à todas um feliz natal e um grande ano novo!
Até 2009!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Antes mesmo do lançamento, críticos já falam sobre Chinese Democracy, novo disco do Guns N' Roses

Apesar do novo disco do Guns N' Roses, Chinese Democracy, não ter sido lançado ainda, visto que o mesmo sairá no dia 23 de novembro, no mercado norte-americano (à partir do dia 27 do mesmo mês no Brasil), algumas resenhas sobre o lançamento já começaram a aparecer na grande rede. Uma delas, da conceituada (ou seja, 'comercializada') Rolling Stone americana, feita pelo jornalista David Fricke, destrincha música por música o novo trabalho de Axl Rose (único membro remanescente da banda original). Confiram sua opinião acerca do (quase) mítico disco:

"Chinese Democracy": resenha publicada na Rolling Stone

Publicado no www.whiplash.net - o mais completo site de rock e metal

David Fricke, da Rolling Stone norte-americana, assinou uma resenha do novo trabalho do GUNS N' ROSES, "Chinese Democracy", cuja tradução segue abaixo (adaptado de textos publicados no GunnersBrasil.com e no Perfect Crime, este último traduzido por Bruno Do Amaral aka Voodoochild):

Avaliação: 4/5

Vamos direto ao assunto: o primeiro álbum de músicas novas e originais do GUNS N' ROSES desde a primeira admnistração de um Bush é um disco de hard-rock ótimo, audacioso, atordoante e descompromissado. Em outras palavras, soa muito parecido com o GUNS N' ROSES que você conhece. Às vezes, é o quinteto de punho cerrado que fez uma tempestade perfeita em 1987 no “Appetite For Destruction”; mais comumente é o destrinchado pelos CDs maximizados de 1991, “Use Your Illusion” I e II, mas aqui é comprimido em um único disco convulsivo de guitarras super-fritadoras, fanfarras orquestrais, eletrônica hip-hop, um coro de tabernáculo metálico e Axl Rose cantando ainda viril como uma sirene enferrujada.

Se Rose alguma vez teve um momento de dúvida sobre o que “Chinese Democracy” lhe custou em tempo (13 anos), dinheiro (14 estúdios estão listados nos créditos) e contagem de corpos - incluindo a saída de cada membro fundador da banda - ele não deixou espaço para isso nessas 14 músicas. "Eu aposto que você está pensando que estou fazendo tudo isso pela minha saúde", diz Rose entre as guitarras bombeando saturação em "I.R.S.", uma das várias referências no álbum sobre o que ele sabe que as pessoas pensam dele: esse Rose, agora com 46 anos, passou o último terço de sua vida saindo dos trilhos. Mas quando ele diz, "Tudo é possível / Ninguém consegue me deter" não se trata de mera estupidez, mas apenas um bom e velho "vai se foder" típico do rock & roll, algo que fez a fama dele e de sua banda.

Outra coisa que Axl transmite em “Chinese Democracy” é que "limitações são para idiotas". Há muita força de guitarra na frase que abre a primeira faixa, "Chinese Democracy", no fuzz-infernal-arenoso de "Rhiad And The Bedouins" e tudo muda em "Street of Dreams", uma música cheia de angústia. Mas o que Slash e Izzy Stradlin costumavam fazer com duas guitarras, agora leva uma parede delas. Em uma das faixas, Rose tem cinco caras - Robin Finck, Buckethead, Paul Tobias, Ron "Bumblefoot" Thal e Richard Foruts, fazendo riffs e solos. E não é brincadeira. Eu ainda acho que a selvagem e superestufada "Oh My God" - uma antiga música do "Chinese Democracy" usada para a trilha sonora do filme de 1999, "Fim dos Dias", supera qualquer coisa no álbum de covers de 1993, “The Spaghetti Incident?”

Muitas dessas músicas têm múltiplas personalidades, como se Rose continuasse tentando se aproximar de uma ponte e decidisse, "Mas que diabos, elas são todas boas". "Better" começa com o que soa como uma mensagem de voz hip-hop - uma guitarra severamente distorcida, bateria eletrônica e um Rose perto do falsete ("No one ever told me when/ I was alone/ They just thought I'd know better") - antes de entrar na pegada Sunset Strip. "If The World" traz Buckethead tocando um violão sobre uma base estilo de filmes, enquanto Rose mostra que ainda segura um bom volume e boa respiração - parte vítima de tortura, parte jato gritante - como nenhum outro cantor de rock.

E tem muito acontecendo em "There Was A Time" - cordas e Mellotron, um forte coro, os overdubs melódicos da voz de Rose, guitarras com wah-wah e um final falso (mais coro) - é fácil de acreditar que Rose passou a maior parte da década passada trabalhando sozinho nesse arranjo. Nunca chega a ser uma bagunça, é mais como uma mistura barulhenta de más memórias e lições difíceis. Nas primeiras linhas, Rose volta a um início como o seu - "Vidros quebrados e cigarros/ Escritas na parede/ Era a barganha no verão/ E eu achava que eu tinha tudo" - então entram pilhas de coisas com a orquestra e as guitarras. No final, há uma grande mistura de ter ou não saudade ("Se eu pudesse voltar no tempo... Mas eu não quero saber disso agora"). Se esse é o GUNS N' ROSES que Rose andava ouvindo na sua cabeça durante todo esse tempo, é óbvio o porquê das duas guitarras, baixo e bateria nunca seriam o suficiente.

Seria estranho se ele pensasse que o GUNS N' ROSES é uma banda como a que gravou "Welcome To The Jungle" e "Sweet Child O'Mine", "Used To Love Her" e "Civil War". Os volumosos créditos que vem com “Chinese Democracy” certamente mostram o motivo. Meu favorito: "Sugestões de arranjo iniciais: Youth em 'Madagascar'". Rose pega a grande fatia - "Letras e Melodias por Axl Rose" - mas compartilha linhas inteiras de música com outros músicos em todas as faixas menos uma. O baixista Tommy Stinson toca em quase todas as músicas e o tecladista Dizzy Reed, o único sobrevivente da formação dos 'Illusions', faz as honras de um piano ao estilo Elton John em "Street of Dreams".

Mas Rose ainda canta bastante sobre o poder, e entra numa briga ainda maior, como a "Democracia Chinesa". Em "Madagascar", que Rose tocou ao vivo por alguns anos, ele coloca trechos do discurso do Dr. Martin Luther King, "I Have A Dream", e diálogos do filme "Cool Hand Luke". No final do álbum, na intitulada "Prostitute", Rose passa de um tenor quase que conversando para uma bomba prestes a explodir, para uma barreira de cinco guitarras, orquestrações e um rugido: "Pergunte a si mesmo/ Por que eu escolheria/ Me prostituir/ Para viver com fortuna e vergonha". Para ele, a longa marcha até “Chinese Democracy” não foi de paranóia e controle. Foi de dizer "não vou" quando todos diziam "você deve". Você poderá debater qual outro disco de rock é tão extremo e auto-indulgente. Na verdade, a coisa mais rock & roll que existe em “Chinese Democracy” é que ele não está nem aí se você pensa nisso.

Pois é, com um texto desse, eu, como grande fã da banda, fico cada dia mais ancioso pra escutar o disco. Porém, como nem só de certezas se vive a vida (redundância necessária), segue abaixo, como paralelo à crítica acima, a opinião do jornalista Pedro Carvalho, colaborador do UOL Música, a respeito do mesmo disco:

Novo álbum do Guns N' Roses decepciona com produção execesiva

Pedro Carvalho
Colaboração para o UOL




Após mais de uma década de espera, será lançado no dia 25 de novembro "Chinese Democracy", o novo álbum da banda norte-americana de hard rock Guns N' Roses.

Possivelmente o disco mais aguardado da história da música pop, é o primeiro lançamento de músicas inéditas do grupo desde os dois volumes de "Use Your Illusion" em 1991.

Em se tratando de uma das maiores bandas de rock pesado de todos os tempos e com tanto tempo de espera, é natural que o lançamento de "Chinese Democracy" cause comoção. Mas é difícil que um disco cujo processo de produção demorou quase uma década e meia traga de volta a autenticidade e a urgência dos primeiros álbuns.

A primeira e principal impressão na audição do disco, é a sonoridade pretensamente moderna construída pela produção conjunta de Axl com o norte-americano Caram Costanzo, que já trabalhou com bandas como Pearl Jam, Rage Against The Machine e Stone Temple Pilots.

A maior marca também é a maior fraqueza do trabalho. A tentativa de compensar composições pouco imaginativas com a produção mirabolante e exagerada remete a um pintor que disfarça uma tela medíocre usando tintas de cores exóticas e brilhantes.

Com timbres altamente processados, baterias programadas eletronicamente e sintetizadores espalhador por praticamente todas as faixas, a sonoridade é um giro de 180 graus em relação aos valores de outrora. Em algumas faixas, Axl chega a cometer excessos inexplicáveis como inserir orquestrações feitas em sintetizador por cima de instrumentos orquestrais reais.

As canções mais pesadas, como "Shackler's Revenge" e "Scraped" soam como tentativas de imitar gêneros recentes, mas já datados, como o nu-metal e o metal industrial, com suas misturas de riffs de guitarra graves repetitivos, seqüências eletrônicas e abuso de efeitos sonoros digitais.

Já em "Better" e "I.R.S." Axl e Costanzo julgaram ser boa idéia pincelar com batidas eletrônicas dançantes faixas que de outra maneira poderiam ser baladas razoavelmente funcionais, transformando-as em híbridos grotescos de tudo o que fez sucesso no pop e rock mainstream desta década.

Mesmo em momentos que remetem mais ao bom e velho rock and roll, como a faixa título, a composição deixa a desejar. Novamente, os riffs genéricos e sem imaginação parecem ter sido elaborados minutos antes da gravação.

Já os solos são na maioria emaranhados de ruídos tocados com rapidez super-humana. Mais do que um problema em si, são um sintoma benigno da falta que fazem a Axl parceiros como Izzy Stradlin e Slash, guitarristas e compositores dotados tanto da saudável reverência à tradição roqueira setentista que fez a fama da banda, como do talento para criar linhas melódicas simples e assobiáveis como a introdução de "Sweet Child O' Mine".

Se na tentativa de inovar, "Chinese Democracy" acaba soando datado e excessivo, alguma musicalidade remanescente se expressa em baladas como "Catcher in The Rye", "Sorry" e "This I Love". Apesar de pecar por vezes pela pieguice e excesso de drama, soam, com seus pianos e orquestrações, como oásis no deserto criativo do disco. Demonstram também que uma saída digna para o Axl Rose do novo milênio seria uma carreira solo como cantor de baladas à moda de Elton John, vocação já evidente em clássicos da encarnação passada do Guns N' Roses, como "November Rain".

Mesmo indicando um caminho possível para a recuperação da dignidade, as baladas não chegam a salvar o novo álbum de se tornar, por motivos artísticos, um dos grandes equívocos da carreira de um artista que já deu inúmeros tiros no próprio pé em episódios de abuso de drogas, violência e falta de profissionalismo.

É claro que a ansiedade causada pela gigantesca espera dá mais rigor ao julgamento. Mas ao fim da audição, a impressão que fica é que se trata de um trabalho apenas equivocado, independente da expectativa.


INACREDITÁVEL! Ou não? Duas opiniões completamente distintas sobre o tão esperado Chinese Democracy foram mostradas. O que resta agora? Esperar o disco sair e escutar/opinar por si mesmo, pois, se depender de críticas tão contraditórias quanto as mostradas acima, não teremos nenhuma opinião formada. Então, até dia 23 (ou 27...).

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Curto desabafo!

Recentemente a banda de rock australiana AC/DC lançou seu mais recente trabalho (mais especificamente dia 20 de outubro do corrente ano), intitulado "Black Ice". Surpreendentemente (ou não) a banda, que detém mais de 30 anos de estrada, alcançou uma mais que expressiva vendagem deste seu trabalho em diversos países, inclusive chegando ao primeiro lugar de vendas em muitos deles. Fato de destaque, sobretudo com a atual crise fonográfica, advindo principalmente dos downloads de músicas ilegais e da pirataria constante.

Contudo, uma nota veiculada ontem (28/10) no site da revista Roadie Crew me deixou bastante surpreso. Ei-la a seguir:


AC/DC no topo das paradas em 29 países

Lançado mundialmente no dia 20 de outubro, "Black Ice", o novo álbum do AC/DC, encabeça as paradas em 29 países, incluindo os EUA, Inglaterra, Alemanha, Canadá, França, Argentina, Japão, Austrália, Bélgica, Finlândia, Irlanda, Itália, Nova Zelândia, Noruega, Suécia, Suíça e outros. Só nos EUA, exclusivamente pelo Walmart, Sam's Club e ACDC.com, "Black Ice" vendeu mais de 780 mil unidades na primeira semana de lançamento, fazendo deste o primeiro álbum da banda a estrear em primeiro nas paradas norte-americanas. Mais de 5 milhões de cópias do "Black Ice" estão disponíveis ao redor do mundo e, somando com as 5 milhões de unidades relativas ao catálogo da banda vendidas esse ano, é bem provável que o AC/DC encerre 2008 com a marca de 10 milhões de CDs em 12 meses.

(Fonte: http://roadiecrew.net/pt/index.php)

Parabéns à banda e seus produtores (como ao público que soube reconhecer a qualidade do trabalho apresentado). No entanto, o recorte que desejo fazer é a respeito do número de países que abraçaram este lançamento (29 países não é pouca coisa, concordam?) e, mais especificamente, que "Black Ice" tenha chegado ao topo no nosso tão estimado país vizinho, a Argentina. Sim, os hermanos mesmo. Engraçado, apesar de todas as rusgas e indiferenças, desta vez o Brasil saiu atrás dos argentinos. E o ponto de discussão aqui não é especificamente o de o Brasil não ter abraçado à tendência e ter colocado a banda austrailana no topo também. Mas sim a essência por trás de tal resultado. O que quero dizer é que esta notícia fez-me enxergar que, no nosso querido Brasil, uma banda do estilo nunca chegou ao topo das paradas e, muito menos, vendeu tão bem quanto nos demais países citados (incluindo aí nossa 'querida' Argentina).

Pois está dito. Minha crítica (ou lembrete) está mais para o ato (ou o não ato, no caso) do que para o conteúdo (ou o alvo em questão). Não importa o produto, mas sim o conteúdo e, conseqüentemente a qualidade deste. No entanto, no nosso querido, amável e teoricamente plural Brasil à excessão musical é quem conta. E dá-lhe downloads ilegais... talvez contando-os as "vendas" de "Black Ice" se equiparem aos demais paises listados.