domingo, 11 de maio de 2008

Miscelânea musical sob água em Maceió


Foi ontem, sob muita chuva (e que chuva), que o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro esteve em Maceió (mais precisamente no Festival de Música do Sesc Alagoas), trazendo o show "Baladas do Asfalto e Outros Blues". Porém, não foi exatamente este o foco do concerto. Zeca e banda desfilaram, na verdade, um verdadeiro 'best of' para os maceioenses , que, mesmo contra a força da natureza, corresponderam com entusiasmo ímpar a curta, porém eficientíssima apresentação do músico de São Luís.

O show de Baleiro estava programado para começar às 22 horas. Porém, devido à constância das chuvas, presumi que o show seria postergado por mais algum tempo (que vocabulário, heim? É que ando consultando o site da Academia Brasileira de Letras... hehehehe... recomendadíssimo!). E, após esperar por mais de quarenta minutos pela chegada de um taxi, fui em direção ao local do evento, o estacionamento do Jaraguá.

Cheguei no local por volta de meia-noite. A chuva continuava a "incomodar". Tentei encontrar um local com boa visibilidade e seguro contra a irreparável chuva. Depois de ficar completamente ensopado, dos pés à cabeça (principalmente os pés e a cabeça) me "aparo" no limite entre a frente do palco e o começo da tenda (ou fim, dependendo do ponto de vista do observador) protetora do público.

"Bem" acomodado, só me resta esperar. Pouco tempo depois, o mestre de cerimônias do evento divulga o nome do artista ganhador do evento (diversos artistas da terra participaram do Festival, com o intuito de divulgar a produção musical da terra) e, anuncia que o show de Zeca Baleiro irá começar em pouco tempo, visto que o artista teria vôo marcado para logo mais.

Pois bem próximo à 1 da madrugada, os músicos começam a entrar no palco (a banda é composta por Tuco Marcondes, na guitarra, Fernando Nunes, no contra-baixo e Kuki Estolarki, na bateria). Segundos depois o nome da noite sobe ao palco e é completamente ovacionado pelo público que não cansa de portar seus valiosos guarda-chuvas e sombrinhas (ninguém merece... não davapra ver quase nada com aquelas "tralhas" na frente).

E dá-lhe música. Sinceramente, não me recordo do nome da primeira canção, mas sei que pertence ao disco "Baladas do Asfalto e Outros Blues". A seguir o músico puxa Eu Despedi O Meu Patrão, do PetShopMundoCão, Salão de Beleza, do "Por Onde Andará Stephen Fry?" (para desespero das várias mulheres com 'cabelos turbinados', ou não mais, devido à forte chuva), Telgrama (cantada em uníssomo), do já citado PetShop e, emendada no maior hit de Zeca, Lenha (cantada em uníssomo de ordem superior, se é que isso existe), do segundo trabalho do artista,"Vô Imbolá".

Apesar das poucas palavras ditas por Baleiro (o básico: Obrigado! e Maceió alguma coisa é prache de qualquer artista), o músico se mostrou muito simpático e até fez brincadeiras com o fato da chuva não cessar, citando até mesmo um trecho da música Chove, Chuva, de Jorge Ben Jor e adotada pelo Biquini Cavadão.

Então uma surpresa acontece. Após Baleiro apoiar o evento promovido pelo Sesc e comentar sobre os artistas locais, ele chama para uma "canja" o músico e compositor meso-catarinense alagoano, Wado. A platéia local aplaude bastante a inicativa e acompanha com atenção ao dueto de Zeca e Wado quando executam a canções Fortalece Aí, do último disco de Wado, "Terceiro Mundo Festivo" e Tarja Preta, do segundo disco do artista, "Cinema Auditivo". Ovacionado pelos presentes, Wado se despede dos maceioenses e Zeca afirma que o músico participará como convidado e co-compositor de uma faixa do seu próximo trabalho.

Voltando às músicas... e dá-lhe Babylon e Quase Nada do "Líricas", Mamãe Oxum, do "Por Onde Andará...", Piercing, do "Vô Imbolá" (que incitou algumas pessoas a fazerem roda, dançarem um mix de hip-hop e rock 'n' roll, principalmente com a entrada do outro convidado da noite, o rapper Vitor Pirralho e, literalmente," baterem cabeça", antecipando uma música que viria logo mais) e algumas músicas do "Baladas do Asfalto...", que também não me recordo no momento (acho que estou sofrendo de alzheimer).

Em determinado momento do show um "avião passa acima do palco" e Zeca comenta que aquele seria o avião dele. O que isso quer dizer? Abaixo está a resposta.

Em seguida é executado o hino Heavy Metal do Senhor ("Por Onde Andará...), para delírio dos encharcados espectaores, que literalmente saem do show durante a execução desta que é, com certeza, a canção mais representativa do trabalho incial do compositor maranhense.

E, para surpresa de todos (incluindo-me no pacote), Zeca Baleiro e banda deixa o palco após pouco mais de uma hora de concerto (se é que chegou a uma hora). Sem bis, sem agradecimentos calorosos, sem reverência ao público, o show é encerrado. O público agitado clama por Zeca, porém, um bis não seria possível. É o que deixa claro o mestre de cerimônias do evento que, explica que, devido ao atraso início das apresentações da noite (apenas culpa da chuva?) a apresentação do artista teve que ser "cortada", pois sua viagem já estava agendada, devido a compromissos do músico.

Pois bem... o fim! Apesar da curta duração do show, Zeca Baleiro mostrou sensatez ao aplicar um verdadeiro apanhado de sua carreira no tempo que detinha. A única ressalva foi a não inclusão das músicas Minha Casa, do "Líricas" e Bandeira, do "Por Onde Andará...". Fica pro próximo...

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Saldo

Ponto alto? A escolha do repertório (abrangeu quase que de dorma uniforme todos os discos do artista), a energia e desenvoltura de Zeca Baleiro e banda e a interação público / músicos, mesmo com a inevitável chuva.

Ponto baixo? A curtíssima duração do show (justificada, mas não compreendida), a falta das canções citadas acima (quem sabe uma delas não entraria caso o show tivesse sido "completo") e, com larga vantagem, o "cabuloso toró" que nos foi presenteado antes, durante e após o evento... e dá-lhe São Pedro!

Site-oficial: Zeca Baleiro
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