quinta-feira, 3 de abril de 2008

Alguns discos que recomendo:

= KID ABELHA - GREATEST HITS 80'S (1990) =

Uma das maiores bandas de pop rock nacional, oriunda dos anos 80, o Kid Abelha aqui é apresentado com 11 de seus maiores sucessos. Composições da fase com Leoni e do começo da banda sem ele permeiam o disco. Este foi um dos trabalhos que mais ouvi do Kid e, da primeira a última faixa, não há uma música sequer que possa ser considerada fraca ou com nível abaixo das outras. Apesar de um certo clima retrô e da qualidade de gravação (a captação dos instrumentos) não serem excelentes, visto que, principalmente me referindo ao segundo argumento, os estúdios brasileiros não detinham a mesma qualidade dos gringos (tanto que o trabalho de muitos artistas da terra eram mixados nos "States").

Conhecendo ou não o trabalho da banda, este trabalho é válido para fãs e não fãs. Enquanto a gravadora não lança uma coletânea que abranjam também alguns dos hits (se bem que são bem menos) dos anos 90, aproveite este clássico!

Kid Abelha: Paula Toller (vocais); George Israel (sax); Bruno Fortunato (guitarra).

Track-list: Como Eu Quero / Lágrimas e Chuva / Fixação / Dizer Não é Dizer Sim / Amanhã é 23 / No Seu Lugar / Alice (Não Me Escreva Aquela Carta de Amor) / No Meio da Rua / Todo Meu Ouro / Pintura Íntima / Nada Tanto Assim.

Site oficial: kid abelha

= WHITESNAKE - GOOD TO BE BAD (2008) =

Já que começei a escrever de uma banda um tanto quanto retrô (ou não), vou apontar agora o mais novo trabalho da banda inglesa (mesmo com grande parte da formação não sendo?) Whitesnake. Capitaneada pelo 'soulman' David Coverdale, que também já passou pela jurrásica banda Deep Purple, lança o novo album da 'cobra branca' depois de mais de 10 anos do último lançamento (pelo menos com o nome Whitesnake) e depois de uma bem-sucedida turnê de reunião (se é que podemos charam assim, visto que Coverdale é o único membro original ainda na banda) no período de 2005-2007. Bem, mas o que conta é o som, sendo assim, vamos a ele.

O Whitesnake continua o mesmo (ou quase). Um Hard Rock à lá anos 80 com uma pitada de blues setentista (marca registrada do frontman) e baladas açucaradas com direito a muitos 'loves' nas letras. Coverdale tenta resgatar o sucesso de albuns como 1987 (detentor de hits como Is This Love e Here I Go Again) e Slip Of The Tongue (que apresentou The Deeper The Love), dando uma encorpada um pouco mais moderna às novas canções (ou seja, mais peso e timbres com tons mais baixos). Os músicos que formam a banda são competentíssimos, oriundos de diversas bandas do cenário oitentista norte-americano (como Dokken, Winger, Dio, etc). Um ponto negativo é a voz de Coverdale. Já passando dos 50, o bluesman já não detém a potência que o destacava de outros vocalistas, no entanto a sensibilidade continua a seu serviço, em faixas como "All I Want All I Need" e "Summer Rain".

Com certeza se a mídia major hoje não fosse tão volátil e tendenciosa, o som praticado por Coverdale e cia teria mais notabilidade. Pode não ser original e soar até mesmo um pouco ultrapassado, porém, como música boa não tem idade, estilos de composição também deveriam contar na afirmação. Um bom disco de uma banda que tem história.

Whitesnake: David Coverdale (vocal), Doug Aldrich (guitarra), Reb Beach (guitarra), Uriah Duffy (baixo), Timothy Dury (teclados) e Chris Frasier (bateria).


Track-list: Best Years / Can You Hear The Wind Blow / Call On Me / All I Want All I Need / Good To Be Bad / All For Love / Summer Rain / Lay Down Your Love / A Fool In Love / Got What You Need / Til The End Of Time.

Site-oficial: whitesnake


= WADO - TERCEIRO MUNDO FESTIVO (2008) =

Catarinense radicado em Alagoas, o músico Wado (ou Oswaldo) apresenta aqui seu quarto trabalho. Artista bastante prestigiado no circuito independente de música brasileiro, Wado mistura com propriedade diversos estilos em suas músicas. Passeia do reaggae ao rock clássico, grooves alternativos à arranjos de MBP, passeando por timbres de música eletrônica e a percussão oriunda do movimento mangue-beat (e por que não também do Heavy Metal do Sepultura?), ou seja, o músico procura representar em suas músicas o maior número de influências possíveis com unidade.

Confesso que não ainda não conheço à fundo o trabalho de Wado (tanto que até agora só ouvi bem esse trabalho), mas me agrada muito a linha de composição dele. Músicas como "Melhor" (a melhor do album, por sinal) e "Lucrécia" mostram um lado mais introspectivo e poético do compositor, já "Teta" faz, de certa forma, um tributo à infância de forma um tanto quanto cômica, enquanto "Reforma Agrária do Ar" e "Fita Bruta" apresentam letras mais críticas e menos subjetivas que as outras citadas.

Um trabalho diferente e, ao mesmo tempo, de muita qualidade (pena que o grande público, principalmente os 'conterrâneos' de Alagoas, não o tenham 'decoberto' ainda). A única ressalva que faça é quanto o timbre de voz de Wado que, às vezes, soa um pouco cansativo. É como se fosse uma mistura de Nando Reis com Bel Marques no início de carreira (sem querer desmerecer nenhum dos artistas). Acho que ele deveria trabalhar melhor as vocalizações (principalmente no que se refere a arranjo de voz, a melódica).

Além da música em si, um outro trunfo. Todos os trabalhos (inclusive este) do músico está disponível para download gratuito no site oficial do artista (há um link mais abaixo). Uma ótima iniciativa, que permite que mais gente possa conhecer o trabalho do artista e que, de certa forma, comprova que a indústria da música como ainda insiste-se em manter está com os dias contados. Por fim, um ótimo trabalho que só acrescenta a cena musical de Alagoas.

Wado: Wado (vocal e guitarra), Dinho Zampier (teclados, violão de aço), Pedro Ivo Eusébio (Programações), Bruno Rodrigues (Baixo), Rodrigo Peixe (bateria).

Track-list: Pendurado / Melhor / Fortalece Aí / Teta / Reforma Agrária do Ar / Fortalece Aí / Tema Fita Bruta / Leva / Faz Me Rir / Lucrécia / Reacado.

Site-oficial: wado

2 comentários:

ArthurGama. disse...

Eu gosto de "Fortalece Aí", do Wado.
Comentei com outras pessoas sobre as semelhanças com o Nando Reis - um pouco mais afinadinho, é bem verdade - mas me fizeram de anormal.
Pelo menos conheci mais um "anormal" como eu! uaeheuaheae

Vou favoritar o blog!

ArthurGama. disse...

E gosto da introdução de "Teta"