A briga por audiência na TV brasileira não é novidade. Muito menos a liderança quase que total da Rede Globo de Televisão. Porém, há muito não ocorria um fato tão alarmante na briga pelo pódio da audiência e, dessa vez, sobrou até para a religião, mais precisamente o protestantismo. A novela global Duas Caras apresentou neste último sábado uma cena no mínimo cômica, com uma ferrenha evangélica e descontrolada (extremista religiosa totalmente possuída, por sinal) que promove uma 'caça às bruxas' a uma mulher grávida, devido a seu suposto envolvimento com dois homens (um deles gay), sendo um deles pai do filho que esta carrega. Não cabe a mim discutir acerca do pano de fundo religioso 'preconceituoso' (nem me interessa), como fora afirmado em reportagem do programa Domingo Espetacular da Rede Record, no último domingo, mas sim a utilização deste tema como alavanca para algo maior: a briga por audiência.
Não é de hoje que a Rede Globo se vê às turras com diversas outras redes de televisão. Por muitos anos era com o SBT (Sistema Brasilero de Televisão) que ocorriam combates magistrais pela liderança absoluta sobre os telespectadores brasileiros. No entanto, principalmente depois da reformaulação da Record e o pesado investimento em uma programação com a cara do povo brasileiro (cada vez mais clonal = clone global), principalmente no que tange aos conteúdos âncoras, como o telejornalismo e a dramaturgia (que foram investidos pelos lucros exorbitantes de uma certa patrocinadora 'altruísta' de ordem religiosa) que a coisa esquentou.
Brigas por transmissões de eventos esportivos, autores de conteúdo (dramaturgos e diretores), elenco de telenovas, reality shows, etc., são alguns exemplos do combate. Contudo, o evento ocorrido no último fim de semana escancarou algo que ainda não tinha sido utilizado (pelo menos pela Globo, que tanto preza pela qualidade): a crítica EXPLÍCITA à rede rival em horário nobre.
Sendo a Rede Record patrocinada por investimentos de ordem 'protestante', as cenas da telenovela causaram grande impacto nas bases desta, tanto que, praticamente 24 horas depois foi lançada uma matéria no já citado Domingo Espetacular (que por sinal obteve pico de audiência) veiculando que o episódio foi altamente preconceituso.
Enfim, não é de grande interesse mostrar o que está correto ou não. Para mim o que fica como destaque é a comprovação da alta exposição pela qual a TV brasileira se deixa levar e, principalmente, qual é o seu principal objetivo: a liderança absoluta da audiência, que trará mais anúncios publictários, acarretando em mais e mais lucro.
O primeiro passo (primeiro mesmo?) foi dado utilizando a religião como objeto. E agora, quais serão os próximos passos (e temas) que serão utilizados como forma de provocação e, conseqüentemente, de interesse por parte das emissoras? Com certeza nem o Papa ficará de fora numa próxima vez!
Quer saber mais sobre o assunto? Dá uma olhada nas seguintes matérias da Folha Online:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u382538.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u382809.shtml
Um comentário:
Olá Téo, tá mto boa a crítica, viu? Os argumentos mto bem dispostos.. Concordo cm a maioria dos temas abordados, entre outros tbm que valem a pena lembrar sobre esse caso! Um abraço..
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